quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Visita à Sala São Paulo. Que emoção!

São Paulo, 20 de Outubro de 2010.

Só Deus sabe o trabalho que deu organizar essa visita à Sala São Paulo. Misericórdia!
Na semana anterior à visita foi entrega de notas e diários (Psiu, cá entre nós, eu tenho 25 diários, entre Estado e Prefeitura). Pra melhorar a situação na semana da visita os alunos teriam aula só dois dias. Segunda e terça era conselho. Quarta não veio quase ninguém (nem me lembro por que). Entreguei as autorizações na quinta pra me trazerem na própria sexta do passeio (Doida!).
Não consegui entregar as autorizações antes. Por quê? Pasmem, as duas impressoras da escola quebradas! Agora, me diga lá, como é que eu imprimi as autorizações? Numa impressora matricial (se você não lembrar o que é uma impressora matricial é só perguntar pra sua avó ou pro Google que eles te dizem). Demorei um dia inteiro.
Ah, mas eu não contei da briga! Tive de selecionar os alunos que iriam à visita. Ficou acordado que daríamos prioridade às quartas séries e às salas das professoras que se propuseram a ir à visita acompanhando aos alunos, mas, porém, contudo, todavia, no entanto, as 4ªB e D não tinha ido a passeio algum então decidi colocar todos os alunos destas séries. Imagina umas professoras bravas por que as salas delas não iriam. Tava dando quase matéria na Record! Fui chamada de mentirosa, tratante e trá-lá-lá! Adoro elogios! No fim das contas deu tudo certo. Botei os alunos da “teacher” malcriada na parada.
A visita era na sexta-feira e eu não dou aula na escola nesse dia. Tive de pedir/implorar pra minha mãe ficar com os meus pequenos. Conta até dez e respira fundo!
Cheguei mais cedo no Estado por conta de receber as autorizações. Muitas caras feias das inspetoras da Prefeitura já que tive abandonar o barco mais cedo lá. Marquei onze horas. Minha coordenadora coitada nem pôde me ajudar, estava recolhendo o dinheiro pra outro passeio que estava acontecendo na escola.
Se eu contar vocês não acreditam. Tinha aluno que não iria pro passeio mas foi pra porta da escola esperando desistentes! Não esperava tanto!
“Bora” pro ônibus. Soca todo mundo lá. Conta e reconta. Tudo certo.
Me impressionou os rostinho deles olhando a cidade. Muitos deles só conhecem o próprio bairro. Ver a metrópole, seus arranha céus, seus mendigos, o rio imundo, as marquises que são casas, seu vaivém de carros, seu caos. Tudo isso os impressionou, os intrigou.
Vale a pena contar uma coisa. Quando a gente pensa em passeio de ônibus de excursão logo vem na cabeça uma música: “Motorista, motorista, olha a pista, olha pista, não é de salsicha, não é de salsicha, lálálá!” Para meu espanto as coisas mudaram. Agora a musica que se canta é: “Ô motorista, pode correr, que a quarta série não tem medo de morrer!” Choquei!
Na Sala São Paulo Correu tudo bem! A chegada, a espera pra entrar, a entrada. Tudo muito organizado. Os comentários dos alunos foram pérolas! Deveria ter anotado!
“ – Nossa, que lindo! Queria morar num lugar assim!”
“ – Prô, mora gente aqui?”
“ – Eles aceitam a gente se a gente pagar aluguel certinho?”
“ – Esse prédio deve ter sido feito só por máquinas, gente não faz uma coisa linda dessas.”
Já dentro da sala de concertos, o terceiro sinal não dava nunca! Já estavam impacientes. Ufa, começou!
Nunca vi os bichinhos tão quietos e atentos.
Na saída conversei melhor com eles e fiz algumas entrevistas que documentei em vídeo. Só me falta tempo pra publicá-las no blog.
As opiniões foram as mais diversas. Mas em geral gostaram. Há um estranhamento, é claro, mas que com o tempo vai sumindo. Espero.
Ai, dá pra trabalhar tanta coisa, o difícil é organizar. Só o fato da regência (tema principal do espetáculo/concerto) já abre um leque imenso de possibilidades. Na verdade teria que pensar (não ando tendo tempo disso, ta tudo sendo no tapa, na pressa e sem vaselina), organizar e planejar principalmente. Aula jogada não dá certo. Tudo tem que estar amarradinho, senão dá nó sego e ninguém desata. Vou aproveitar as férias que se aproximam pra ano que vem já começar com tudo meio programado. Será que eu consigo? Vou ter que pagar pra ver.
Só pra terminar, na volta da Sala São Paulo os elogiei pelo comportamento e perguntei se gostariam de voltar mais vezes. Resposta afirmativíssima. Quantas vezes eu levar eles querem ir.
Se depender de mim, vão sempre.

Juliana Idrani.

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