segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Outra versão - Cathy Berberian - Stripsody

Cathy Barberian - Stripsody

Uau! Sem palavras! Vivi, olha só especialmente pra vc! Video, partitura e voz! Yes!

Essa não poderia faltar! Hehe!

Quando busquei o vído no you tube a legenda era:
"Professora torturando os alunos na aula de música."
Kakaka! Rachei o bico!


Mussorgsky - Quadros de uma exposição.

Também está na apostilinha!
Aproveitem.

Kjetta - Grupo Terra Sonora

Mais um videozinho.

Grupo UAKTI - "O trenzinho caipira" de Heitor Villa-Lobos.

Vamos lá...
Segue vídeo do GRUPO UAKTI.
Não encontrei o Bolero de Ravel, mas achei "O trenzinho caipira" de Heitor Villa-Lobos.

Agradecimentos!

Gente, queria agradecer as pessoas que tem respondido ao meu constante chororo no fórum da Osesp! Vocês não sabem o quanto me conforta saber que não estou tão sozinha assim no planeta e que tem gente que consegue, apesar de tudo, dar uma aula de qualidade! Ai que invejinha! Hehehehe! Um dia eu chego la, ainda mais com a ajuda desses coleguinhas tão lindos que eu conheci. Ainda acho que a gente tinha fazer o vivaeuvivatuvivaorabodotatu com latinhas de cerveja um dia desses! Beijocas! Ah, desculpem, estão faltando uns acentos por que o computador aqui da escola esta lascado e o corretor ortográfico desse trem não corrige tudo.

Reflexões sobre a atividade de apreciação na sala de aula - 23/09/10

Reproduzindo o texto que postei no forum do Curso da Osesp...
"Ai Jesus, tô me sentindo frustrada! Sabe disso?É tudo tãaaaao lindo, tãaaaaao profundo, tudo tãaaaao legal!Mas não consigo colocar em prática tudo isso da forma tãaaaao legal que me é apresentada. (Não sei se apresentada é a palavra certa!) Meus alunos da Prefeitura de SP, por exemplo. Sexta série C, trinta e cinco alunos. Fiz uma pesquisa de repertório musical com eles e pedi para que fizessem a mesma pesquisa com pessoas de diferentes idades. (3 me entregaram a pesquisa pessoal e nenhum me trouxe a outra pesquisa.) Uops! E agora?Vou me basear pelos que trouxeram, e assim foi. Justin Bieber. Restart. Funk. Exaltasamba.Minha intenção era traçar um panorama da MPB junto com eles, mostrando onde tudo começou trazendo músicas desde Chiquinha Gonzaga, Donga, Lamartine Babo, Noel Rosa, Luís Gonzaga, João Gilberto, Chico Buarque, os tropicalistas, Tim Maia e Jorge Ben Jor, Elis, toda a trupe do rock dos anos 80, o Sertanejo e o rap dos anos 90, Marisa Monte, Ana Carolina, até o que há de mais recente no rock, pob, mpb e sertanejo nacional.Quando propus a atividade fui vetada na hora! Nem em sonho, não iam escutar nada, nadinha que não fosse o que eles queriam. (Ameaçaram quebrar o rádio!). Como eu já estava de saco cheio mesmo, de perder meu fim de semana me virando em duzentos, pesquisando que nem uma doida (me achando uma incompetente), pra tentar criar qualquer coisa muuuuuuuuito legal que eles pudessem cogitar a idéia de fazer, fui bem delicadinha, próprio da minha personalidade: " - Como sou eu quem manda aqui e quem trás o radio sou eu, vocês escutam o que eu quiser, na hora que eu quiser. Mas como sou muuuuuito boazinha, vou propor um trato com vocês. 20 minutos pra cada um. Ok? Ok."E assim está sendo. Eles mudos, calados. A não ser na hora que pedem pra eu mudar de faixa o quanto antes. E aí? Aborto a missão? Alguma sugestão?Meu discurso sempre é: " - Não peço pra vocês gostarem da música, só acredito que vocês deveriam conhecê-la." Discurso em vão.Nem todas as salas são assim neeeeeeesse nível, mas estão perto disso.A coisa é que é muito fácil planejar uma aula para alunos interessados, que estão ali por que querem e por que gostam. Agora, veja bem, planejar uma aula, levando em consideração que eles não querem NADA (em letras garrafais mesmo), aí é difícil."

- Hummmm, aí é pedir demais né, prô?


Quarta-feira, 01 de Setembro de 2010

EMEF Olavo Fontoura. Substituição da aula de artes. Professores regentes no Playcenter.
6ªD. Que ninguém nos ouça mas eles ainda não descobriram que estão numa escola. E se descobriram não contaram pra ninguém.
Lembrei que no meu carro estava o envelope que recebi quando fui à preparação para o evento didádico.
Um monte de papelada. Fotos bonitas e um CD.
É isso.
Peguei o CD Player e fui com fé/coragem!
Não é fácil encontrar esta sala quieta, mas desenvolvi uma técnica boa que tem funcionado a algum tempo.
Não entro na sala de aula enquanto eles não estão sentados e em silêncio. No começo demoro bem uns vinte a vinte e cinto minutos pra conseguir entrar. Na terceira semana eles já aprenderam e sentam assim que me vêem no corredor! Milagre? Sei lá. Provavelmente.
Mostrei o folheto com a imagem da Sala São Paulo e perguntei o que eles achavam daquele lugar e se gostariam de visitá-lo. Respostas todas afirmativas.
Perguntei se eles sabiam o que era aquilo e pra que servia aquele espaço. Teatro – unânime.
Expliquei que era uma sala de concertos e toda a ladainha. Perguntei se mesmo sabendo a utilidade daquele prédio se ainda gostariam de conhecê-lo. Um sim em alto e bom som. Nossa! Me surpreendi.
Depois de explicar toda a estrutura da orquestra perguntei se gostariam de escutar um exemplo do tipo de música que se toca neste lugar. Todos concordaram.
A tomada da sala funcionou? Nãaaaaaaao!
O rádio estava com o volume muito baixo? Siiiiiiiiiiim!
Os outros três, olha só, TRÊS rádios da escola estavam funcionando? Nãaaaaaaao!
Mas eu não me dei por vencida. Levei todo mundo pra sala da Rádio da escola. 35 num cubículo.
Não me deram trabalho. Escutaram com atenção e ponderaram sobre as diferenças entre as áreas da música.
E não é que pediram pra ouvir mais.
Quem sabe eles não descobrem que estão na escola e a que ela se propõe.
- Hummmm, aí é pedir demais né, prô?

VI-VA-EU-VI-VA-TU-VIVAO-RA-BO-DO-TA-TU!


Quinta-feira, 19 de Agosto de 2010

Aula da 4ªD.
Não preciso dizer que é a sala mais problemática da escola, né?
Trinta e cinco alunos e acredite, vale a pena ressaltar, doze não alfabetizados.
Era pra ser aula de informática, os alunos estavam eufóricos.
Acabei de montar a sala, os computadores estavam na escola desde 2007 mas não tinha ninguém que colocasse a mão na massa pra botar pra funcionar. Ficou combinado que eu daria as aulas de informática semana sim, semana não.
Liga tudo, desloca a molecada pra sala e... BUM! Desligam-se todos os computadores.
SO-BRE-CAR-GA-DE-E-NER-GI-A. Disse o técnico.
E agora, faço o que com os guris?
VI-VA-EU-VI-VA-TU-VIVAO-RA-BO-DO-TA-TU! Era essa a oportunidade perfeita.
Então propus a música a eles e que descêssemos para o pátio cantando e ao meu sinal a altura fosse diminuindo e aumentando. Eles adoraram, principalmente a parte de gritar, é claro!
Sabia que tinha um depósito e que lá poderia achar algo.
Encontrei 28 potes de plástico, desses de merenda que são descartados depois de um tempo de uso.
35 alunos. 28 potes. Problema.
Em outro depósito (o que não falta em escola do estado é depósito), lembrei que tinha visto um armário azul cheio de instrumentos de percussão. Estavam quase que todos destruídos, sobraram alguns chocalhos, pratos e reco-recos. Mas tá valendo!
Mãos dadas círculo sentados caneca na mão e no chão e no ar e na cabeça do fulano e em cima do telhado e em baixo da blusa menos no chão.
Mas ficou um bate pote tão grande que nem se eu tivesse um megafone - Nossa! Que boa idéia, vou comprar um - eles não iam me escutar.
Depois de uns 10 minutos batendo os potes eles foram diminuindo, eu não sei se foi por que enjoaram ou se foi dó de mim. Tendo a acreditar que foi a segunda opção.
Agora sim!
Primeiro canta, segundo passa e canta, terceiro passa, canta e bate palma.
Parei no segundo. Até passar tava difícil.
Mais dez minutos de revolução musical. Acho que eles já tinham esquecido que tinham tido dó de mim na primeira vez. Poxa.
Profª Marina veio em minha direção oferecer socorro. Ufa!
Esquece o VI-VA-EU-VI-VA-TU-VIVAO-RA-BO-DO-TA-TU!
ESCRAVOS DE JÓ deve ser mais fácil, disse ela. Deveria, pelo menos.
Não foi. Ok? Não foi.
Vinte minutos daquela parte barulhenta da qual já lhes falei.
Impressionante como eles não cansam.
Aula acabou.
Eu, derrotada, só o pó e a poeira.
Eles, renovados. Felizes.
Acho que a aula foi perfeita...

“Vâmo que vâmo”!



Sábado, 14 de Agosto de 2010

Hoje foi meu 1º dia de curso lá na Sala São Paulo! Ai, que emoção!
Fiquei um pouco receosa pois me inscrevi para o curso para professores com conhecimento musical e, pra falar a verdade, eu não tenho taaaaaaanto conhecimento musical assim! Mas beleza, “vâmo que vâmo”!
Sabadão, friaca, manhãzinha, cama quentinha.
Ai que droga, pensei eu, pra que eu fui inventar! Essa molecada nem ta aí pra mim. (Será?) Se eles soubessem o sacrifício que eu estou fazendo por eles. P. q. p.! Mas beleza, “vâmo que vâmo”!
Ônibus, metrô, caminhada, medo.
Uau! Que lugar lindo! Que organização! Gostei.
Mas teve uma coisa me preocupou realmente, uma placa bem intimidativa que dizia: “É proibido fumar a partir deste ponto.” Jóia! Agora sim eu tava lascada, com medo de não dar conta do curso e ainda por cima ter que dar a volta no planeta pra dar uma pitadinha e aliviar a tensão. Mas beleza, “vâmo que vâmo”!
Palestra, blá blá blá, envelope, papelada e nada de curso!
Aê! Agora sim! Sala bonita, grande, piso de madeira, pé direito alto – me lembrou a faculdade – e um montão de gente com cara de tudo, menos com cara de professor. Blá!
Ah, encontrei uma porção de gente da UNESP, também sem cara de professor!
Professora Viviane. Bonita, sotaque legal, curti, “néaaaa”!
Conversa vai, conversa vem, conversa volta.
Improvisação livre, direcionamento, repertório, melhor, pior, certo, errado. E aí? E aí f.
Tinham me dito que ia ter lanche. E teve!
Conversamos sobre nossos propósitos com o curso – qual o meu mesmo? – e fizemos uma oficina de música com copos. VI-VA-EU-VI-VA-TU-VIVAO-RA-BO-DO-TA-TU!
Mais um pouco de conversa. Retomamos o lance do improviso. Tudo certo, nada resolvido. Mas beleza, “vâmo que vâmo”!
Almoço. Ufa! Meu estômago estava grudando nas costas.
Cigarro. Ufa! Minhas unhas já tinham quase matado a minha fome.
Segunda etapa.
Caixa de instrumentos, trava-linguas, parlendas, composição, grupos.
E não é que deu certo? Ai, que emoção!
Tudo junto e misturado. E quem se arrisca a reger? Sempre tem um corajoso.
Realejo, trem fantasma, montanha russa.
Não necessariamente nessa mesma ordem. E será que tem ordem?
Olha a discussão do improviso de novo, gente!
Mas e aí, o que fica do primeiro encontro?
Ah, primeiro encontro é sempre primeiro encontro.
Medo, frio na barriga, ansiedade (até o primeiro contato, físico ou não).
Depois disso, medo, insegurança, o “pode não dar certo”, tudo para trás.
É tentativa e erro/acerto.
Meus lindinhos merecem, e como merecem! Lá no fundo eu tenho certeza que eles estão aí pra mim, nem que seja bem lá no fundo mesmo.
E... “vâmo que vâmo”!

Juliana Idrani.